segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

:: Rumo a Mudança!!! ::

Duas idéias básicas costumam estarem presentes nas concepções modernas de juventude: a primeira consiste em considerá-la uma fase de passagem no ciclo da vida, situada entre o período de dependência, que caracterizaria a infância, e a posterior autonomia adulta. A segunda é a que atribui aos jovens uma predisposição natural para a rebeldia, como se fossem portadores de uma essência revolucionária.

A concepção de juventude como passagem parte do reconhecimento de que se trata de um período de transformações e por isso de buscas e definições de identidade, de valores e idéias, de modos de se comportar e agir. Disto decorre a percepção da juventude como momento de instabilidade: intensidade e arrojamento, por um lado, turbulência e descaminhos, por outro a resposta mais evidente a essa percepção sugere que tal momento de transição deva ser centrado na preparação para a vida futura, sobretudo via formação escolar, de modo a garantir uma adequada inserção na vida social – sob rígido controle dos adultos, é claro, para que as buscas e inquietações não levem a “desvios”.

Mas para ser bem realizada essa preparação suporia uma suspensão ou retardamento da entrada em vários âmbitos e funções da vida social, como o trabalho, as obrigações e compromissos familiares, econômicos e civis. Assim, por essa ótica, durante muito tempo só foram considerados efetivamente “jovens” (como condição social, para além da definição meramente etária) aqueles que podiam viver tal suspensão, proteção e preparação – quase exclusivamente, portanto, os jovens das classes médias e altas, caracterizados principalmente por sua condição de estudante. Os jovens das classes populares, tendo de trabalhar e interrompendo os estudos muito cedo, ou a eles nem tendo acesso, ficaram excluídos dessa construção, como se vivessem a juventude em negativo.

Por sua vez, principalmente na tradição do pensamento da esquerda, criou-se uma forte relação entre a ausência de compromissos sociais já estabelecidos (dada pela “suspensão” temporária das funções e responsabilidades), com uma maior disponibilidade dos jovens às mudanças culturais e políticas. Assim, a juventude passou a ser definida como tendo por essência ser rebelde, revolucionária, sempre pronta a propor utopias transformadoras – concepção já presente no início do século XIX, na esteira da Revolução Francesa, que se renova e se consolida nos anos 60 deste século, com a mobilização juvenil, de dimensão internacional, em questionamento a padrões culturais e comportamentais, expressa nas imagens do hippie em comunidades alternativas ou do estudante em passeata.

A segunda é a que atribui aos jovens uma predisposição natural para a rebeldia, como se fossem portadores de uma essência revolucionária. Por outro lado, este segundo enfoque também se tem a impressão de que a atual geração de jovens (e isso já dura pelo menos duas décadas) se apresenta como a negação da essência juvenil, concebida como rebeldia: comparados com as gerações anteriores, dos anos 60 e 70 (sempre lembradas miticamente, como se em sua totalidade tivessem se envolvido nas mobilizações por mudanças), os jovens de hoje parecem estar no pólo oposto do compromisso político e da postura rebelde e revolucionária.

É assim que nós jovens do final do século XX e início do século XXI queremos ser lembrados, sem posicionamento e compromisso político? Vamos aguardar que os outros façam as mudanças, para que possamos colher os frutos destes?

A mudança não é fácil, mas se não tentarmos jamais saberemos do que somos capazes, pode até parecer clichê mas... ¨A união faz a força¨!!!

Junte-se a nós!!!!

Amanda Nunes

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei deste movimento, tem até mulheres participando, mas tenho minhas dúvidas se não é apenas algo para se promoverem.

A causa é válida, vou aguardar se perdurar vou fazer parte.

Wilma Souza

santos disse...

A ideia, em primeiro momento, quando li, achei ótima, mas depois, quando vi que tem partidos políticos participando, percebo que em nada vai dar. Estes tipos de movimentos tem que ser políticos, mas apartidários, senão os mesmos vícios continuaram a acontecer.Roni Santos, rzanisantos@yahoo.com.br